A chave é comunicar
Quando os pais sentem que algo não está a correr bem entre si, devem, logo aos primeiros sinais, tentar entender o que os está a afastar.
Nesta altura, é habitual que sintam que o mundo tombou sobre os seus ombros. Cada um pode pensar que as responsabilidades são unicamente suas. A mãe porque tem de cuidar do bebê e da casa o dia inteiro, passa as noites sem conseguir descansar convenientemente e o pai porque sente a responsabilidade familiar, tendo de continuar a ir todos os dias para o trabalho depois de noites mal dormidas e sem conseguir recuperar o sono em falta.
Facilmente começam as acusações: "Eu não consigo sequer ter tempo para mim! Não saio de casa há dias... e tu..."; "Sabes lá o que é cuidar do bebê... ele chorou o dia todo." ; "Hoje fui para o escritório com 2 horas de sono, saí a correr à hora do almoço para ir ao supermercado, nem almocei!"; "Sabes o que é ir para uma reunião neste estado?"
Quando a relação chega a esta fase, devem sentar-se e falar civilizadamente para conseguirem estratégias que possam permitir ultrapassar esta fase de adaptação. Entre elas, devem lembrar-se que:
1- As discussões não são para ganhar e sim para chegar a um acordo.
2- Que o bebé é da responsabilidade de ambos.
3- Discutir não é agredir quer seja por palavras quer por acções.
4- Partilhar os sentimentos sem acusações é o primeiro passo para um bom entendimento.
Nesta conversa devem estabelecer bases para uma partilha de tarefas, consciencializando-se ambos de que têm de renunciar à vida e rotinas anteriores, pelo menos durante uns meses. A falta de tempo e o cansaço contribuem para que cada um interiorize muitas vezes os seus sentimentos e a falta desse diálogo é geralmente o que leva a situações de conflito. Se o casal, anteriormente ao nascimento do bebê, partilhava os seus sonhos ou emoções, deve continuar a fazê-lo. Com o passar dos meses, a vida vai chegar ao normal e os primeiros três ou quatro meses são sempre os mais difíceis de ultrapassar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário