quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Sentir o Mundo

O tacto

Na barriga da mãe o bebê começa a desenvolver este sentido. Quando a mãe passa a mão na barriga e toca o bebê, ele imediatamente foge “nadando” no líquido amniótico.
Com o hábito, o bebê começa a relaxar quando a mãe ou o pai o acariciam com suavidade através barriga da mamã.
Depois de nascer o bebê apura este sentido. Abre a boca se a mãe lhe toca na comissura dos lábios com o bico do peito e relaxa se ela lhe oferece uma massagem.
Mais tarde utilizará a boca e as mãos para conhecer texturas. Cerca dos três meses, começa a olhar muito atentamente para as suas mãos, estica os braços, coloca-as em frente aos seus olhos, move e brinca com os dedos. Deste modo descobre que o seu corpo é constituído por várias partes.
Adora chupar tudo o que encontra, tudo o que apanha leva à boca e experimenta. Durante esta etapa é preciso estar atenta para que ele não coloque na boca ou nas mãos, objectos que possam magoá-lo.
Mais tarde, e já utilizando as mãos e a boca começa a descobrir as várias formas e texturas.

-Não consegue ver nitidamente mas ouve, cheira, saboreia e sente como ninguém.

Sentir o Mundo

O bebê desde que nasce vai aprendendo a experimentar os seus sentidos e vai aperfeiçoá-los ao longo dos meses no primeiro ano de vida.

As primeiras sensações do mundo exterior são agressivas. A luz fere os seus olhos, os sons são demasiado fortes para os seus ouvidos, está muito frio e a toalha onde o enrolam é áspera... Os seus sentidos estão alerta e este é o início da sua adaptação ao mundo e das suas primeiras sensações.Todos os seus sentidos vão iniciar um longo percurso de adaptação e as desagradáveis sensações ao nascer, em breve se irão esfumando com o passar dos dias.

-Uma criança consegue compreender e memorizar os sons de qualquer língua, mas à medida que cresce vai perdendo essa capacidade, adoptando a língua materna por ser a que ouve com maior regularidade.

Os Primeiro meses com o bebê

A chave é comunicar

Quando os pais sentem que algo não está a correr bem entre si, devem, logo aos primeiros sinais, tentar entender o que os está a afastar.
Nesta altura, é habitual que sintam que o mundo tombou sobre os seus ombros. Cada um pode pensar que as responsabilidades são unicamente suas. A mãe porque tem de cuidar do bebê e da casa o dia inteiro, passa as noites sem conseguir descansar convenientemente e o pai porque sente a responsabilidade familiar, tendo de continuar a ir todos os dias para o trabalho depois de noites mal dormidas e sem conseguir recuperar o sono em falta.
Facilmente começam as acusações: "Eu não consigo sequer ter tempo para mim! Não saio de casa há dias... e tu..."; "Sabes lá o que é cuidar do bebê... ele chorou o dia todo." ; "Hoje fui para o escritório com 2 horas de sono, saí a correr à hora do almoço para ir ao supermercado, nem almocei!"; "Sabes o que é ir para uma reunião neste estado?"
Quando a relação chega a esta fase, devem sentar-se e falar civilizadamente para conseguirem estratégias que possam permitir ultrapassar esta fase de adaptação. Entre elas, devem lembrar-se que:

1-
As discussões não são para ganhar e sim para chegar a um acordo.
2- Que o bebé é da responsabilidade de ambos.
3- Discutir não é agredir quer seja por palavras quer por acções.
4- Partilhar os sentimentos sem acusações é o primeiro passo para um bom entendimento.

Nesta conversa devem estabelecer bases para uma partilha de tarefas, consciencializando-se ambos de que têm de renunciar à vida e rotinas anteriores, pelo menos durante uns meses. A falta de tempo e o cansaço contribuem para que cada um interiorize muitas vezes os seus sentimentos e a falta desse diálogo é geralmente o que leva a situações de conflito. Se o casal, anteriormente ao nascimento do bebê, partilhava os seus sonhos ou emoções, deve continuar a fazê-lo. Com o passar dos meses, a vida vai chegar ao normal e os primeiros três ou quatro meses são sempre os mais difíceis de ultrapassar.

Primeiros meses com o bebê

Tempos de mudança

Se a recente mãe é profissionalmente uma mulher inserida na sociedade trabalhadora, as suas rotinas serão muito mais afectadas porque as suas actividades quotidianas sofrem uma mudança radical. Se considerarmos ainda todas as alterações hormonais que está a sofrer devido ao pós-parto, é normal que a mulher se encontre esgotada.
Não tem tempo para nada para além de amamentar, mudar as fraldas, adormecer o bebê e vigiar permanentemente o seu sono.
Se o pai a acompanha nos primeiros dias, esta árdua tarefa e a responsabilidade ficam diluídas por ambos e a mãe sente-se mais livre e menos esgotada. Quando o pai não goza o período de baixa, a que tem legalmente direito, e continua a ir para o trabalho, convive com os colegas e apenas chega a casa à noite, é natural que não compreenda porque é que a mulher se encontra cansada, não mostra um sorriso nos lábios à sua chegada, não tem como habitualmente a casa arrumada ou o jantar à sua espera.
Quando isto acontece é ainda habitual que a ligação entre a mãe e o bebê se estabeleça de forma mais forte e que o pai se sinta relegado para segundo plano.

Primeiro meses com o bebê.


Primeiros meses com o bebê

A integração do primeiro filho na rotina familiar é sempre um pouco conturbado pelos temores e pelas primeiras dificuldades inerentes aos cuidados do recém-nascido. Superar a prova, a dois é, sem dúvida a melhor forma de a ultrapassar e de fortalecer os laços familiares.
Contudo, os primeiros dias com um bebê são como um interregno na vida do casal, onde tudo pára. Não há tempo para nada e todos os segundos parecem poucos para atender as necessidades do recém-nascido.
Ambos - o papá e a mamã - podem sentir-se esgotados pela falta de sono, pelas alterações de horários e pelas mudanças da sua habitual rotina familiar. Quando o recente papá acompanha a mãe nos primeiros dias, é natural que a adaptação à integração do bebê seja mais rápida. Todavia, quando o papá não acompanha a mãe nos primeiros tempos, é natural que o período de adaptação seja mais longo e que possam surgir alguns conflitos entre o casal.

O choro

As razões do choro
Antes de pensar que o bebê pode ter dor, tente identificar outras causas de choro e resolvê-las. Eis algumas razões frequentes de choro do bebê nos primeiros meses e o que pode fazer:

Fome: é a causa mais frequente de choro nos primeiros meses. A pequena capacidade do estômago faz com que tenha que comer frequentemente. Antes de começar a chorar, o bebê apresenta alguns sinais de fome. Aprenda a reconhecê-los: o bebê acorda, agita-se, faz movimentos com a boca, vira a cabeça para o lado em que lhe toca na face, como que à procura. Se já tiverem passado pelo menos duas horas desde a última mamada completa, e lhe parecer que já está com fome, não fique à espera que ele chore para o alimentar de novo.

Desconforto: uma fralda suja, principalmente se a pele estiver sensível ou com eritema, pode levar o bebê a queixar-se. A acumulação de gases nos intestinos, em parte engolido durante a mamada, é também motivo de forte desconforto. Tente prevenir dando-lhe oportunidade de arrotar durante e após a mamada. Ajude-o a levar a mão à boca: chupar o punho ou os dedos pode ajudá-lo a consolar-se. Alguns bebés acalmam quando segurados em posição horizontal, pousados sobre o nosso braço com a barriga para baixo sobre a nossa mão. A massagem abdominal pode também ser fonte de alívio.

Calor ou frio: verifique se o bebê não está excessivamente agasalhado. É frequente os bebês terem roupa a mais. Retire os xailes que envolvem o bebê e tente comparar com a quantidade de roupa que traz vestida. O bebê não precisa de muito mais. Se o tempo começa a refrescar, veja se será necessário calçar umas meias ou vestir um casaco por cima de uma manga curta.

Desejo de colo: o bebê precisa de contacto físico para crescer e se desenvolver. Em alguns momentos, pode pedir colo e não quer estar sozinho. Não tenha receio de satisfazer a sua necessidade de carinho. Lembre-se que ainda há pouco tempo estava aconchegado no ventre da mãe. É natural que tenha saudades. Dar colo não significa ter que abanar a criança. O nosso peguar, o abraço ou o movimento dos passos pode ser suficiente para acalmar o bebê quando este se sente só.

Cansaço: o excesso de estimulação por permanência num local muito barulhento, com muita luz ou muita gente à volta, dificulta o sono. O bebéê, cansado demais para adormecer, começa a rabujar e vai acabar por chorar, estragando o seu jantar de amigos ou desiludindo as visitas. Antes que isso aconteça, se possível, mude-o para um ambiente calmo, com pouco ruído e com luz ténue, evite balançá-lo. Alguns bebês preferem adormecer deitados, outros ao colo. Deite-o ou aconchegueo ao colo sem o estimular. Um embalo rítmico muito suave, cantar ou falar baixinho podem ajudar a pegar no sono.

Cólica: entre as 3 semanas e os três meses, a maioria dos bebês tem um padrão de choro intenso que começa subitamente, quase sempre no mesmo período do dia, geralmente ao final da tarde e que dura algumas horas.
A esse padrão de choro tem-se dado o nome de cólica. É uma situação muito frustrante para os pais. Quando parece que fixou os olhos no candeeiro que balança ou no peixe do aquário, quando finalmente fechou os olhos e parece que vai adormecer, retoma de repente o choro ainda com mais força, como que zangado por se ter distraído. Não perca a calma, pois a sua serenidade é essencial para que o bebê se reorganize. Não o estimule em excesso. A massagem suave, o banho ou o contacto pele-a-pele com o peito da mãe ou do pai, podem ter um efeito apaziguador.

Se já excluiu estas causas de choro, alguns sinais podem fazer pensar que está doente ou tem dor:
- O bebé chora mais do que é habitual e o choro é diferente
- A face do bebé está crispada e com ar de sofrimento, mesmo quando pára de chorar
- Vomita ou recusa mais do que uma mamada
- O nariz está entupido
- Tem diarreia ou não evacua há mais de dois dias e a barriga está dura
- A temperatura é superior a 38º C

O choro


Quando o bebê chora será que dói?


Todos os bebês, mesmo saudáveis, choram de vez em quando. Uns mais do que outros. Nos primeiros três meses de vida, a maioria dos bebês chora no total entre uma e três horas por dia. O choro é um reflexo biologicamente programado para expressarem as suas necessidades. Ao chorar, chamam a atenção de quem cuida para que satisfaça essas necessidades. Ao chorar, estão a tentar comunicar conosco e dependem da nossa capacidade de percebermos o que precisam. Da parte dos adultos, reagir ao choro procurando saber o que se passa e resolver a sua causa é uma resposta biologicamente adequada e socialmente esperada.

No primeiro mês de vida o bebê está a adaptar-se ao seu novo mundo. As suas necessidades, até ao nascimento, eram satisfeitas pelo útero materno sem que tivesse que fazer alguma coisa para tal. Depois de nascer, o bebê, incapaz de responder sozinho às suas necessidades de alimento, contacto, repouso e bem-estar, chora para avisar que precisa de algo. Durante o mesmo período, os pais vão aprendendo a descodificar a linguagem do bebê e a distinguir os vários tipos de choro. Rapidamente, vão ser quem melhor conhece o bebê. Devem confiar em si mesmos, um no outro, e na sua intuição